quarta-feira, 24 de abril de 2013

As mil e uma noites


Disponível em 
Acesso em 24/04/2013


Sherazade e as mil e uma noites... 
(adaptação da história "As mil e uma noites"  traduzida por Ferreira Gullar)

Aconteceu na Arábia? Não! Reza a lenda que aconteceu na Pérsia. Um rei, casado com uma bela esposa, saía sempre para caçar com os amigos e demorava-se alguns dias para voltar. Ao contrário do que atualmente, a caça não ocorria em um supermercado, onde se caminha por entre corredores e se escolhem pacotes de aves, bovinos, suínos, já devidamente limpos, cortados e até mesmo temperados, quiçá, assados... Depois, dirige-se até o caixa, passa-se o cartão e pronto: a caça terminou (trabalho realizado por mulheres na maioria das vezes, pois os homens, quando vão reclamam o tempo todo).
É mulheres, muita coisa nós não fazíamos no passado, mas a modernidade nos presenteou.
Pois bem, voltemos ao rei e à sua bela esposa.
Naquele tempo, esqueci-me de dizer que isso ocorreu há muitos e muitos anos, centenas de anos atrás, talvez milhares... O rei saía para caçar com os amigos e ficava fora por muitos dias, pois, como já expliquei, a caça demandava tempo. O animal tinha que ser procurado, encontrado matado e finalmente carregado para casa como trunfo (não pensem que o dito rei precisasse caçar para comer, pois para isso era rei, outros caçavam por ele. Fazia isso por diversão. Fosse nos dias atuais, iria até a Europa assistir à final da Liga dos Campões). 
Muito bem. Ao retornar, feliz por ter sido sempre o melhor entre os melhores, abraçava a esposa e contava-lhe as novidades
Certo dia esse rei, que vou chamar de ... vou chamar de... não tenho ideia de como um rei persa poderia se chamar e como a história é de Sherazade e não dele e ela é quem vai ficar famosa, não vou nomear o rei. Basta que seja rei (o que digamos é bastante coisa). O rei recebeu em casa seu irmão, que estava muito triste pois havia mandado matar a esposa por traição. Após consolar o irmão, convidou-o para saírem para caçar, pois assim se distrairia. Tudo combinado, chegou o dia da viagem. No entanto, quando já estavam prontos para sair, o irmão traído disse ao rei que não estava sentindo-se bem para a viagem e que preferia ficar, porém fazia questão que a caça não fosse cancelada. O rei, embora aborrecido, viajou (até porque não perdia uma caça por nada, nada mesmo). Ninguém, sequer um empregado, viu o retorno do príncipe que encerrou-se triste em seus aposentos. Algumas horas mais tarde, ouviu um barulho no pateo e foi até a janela olhar. O que viu, então? "Oh, pelas barbas de Ali Babá!!"

Não perca o próximo episódio de Sherazade e as mil e uma noites.

Adaptação da história As mil e uma noites traduzida por Ferreira Gullar. 3 ed. Rio de janeiro: Editora Revan, 2001.

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