Uma história de amor (by Marcos Delgado)
Era uma vez um jovem. Era uma vez uma jovem. Ele brilhava por ela. Ela brilhava para ele. E quando brilhavam, o que era flor se coloria e se perfumava, o que era bicho cantava, pulava e voava; o que era de pedra dava passagem e se fazia caminho. E o que era tudo só ficava vendo.
E todo mundo via e sabia que o mundo todo era e seria bem mais feliz, toda vez que ele brilhasse por ela e ela brilhasse por ele.
Mas...
O que todo mundo não sabia de repente aconteceu e ninguém sabe porque que ela se pôs a brilhar para outro também. Era um velho que apareceu não se sabe quando nem de onde e que também brilhava para ela, o que fazia com que ela brilhasse ainda mais.
O jovem que só brilhava por ela, quando a viu brilhar para o velho, foi se apagando, se consumindo, sumindo. Todo mundo sabia que ele continuava lá, mas ninguém mais via. Até que, de tanto não vê-lo mais, acabaram por não sabê-lo mais.
Sem que ninguém o soubesse, o jovem foi vivendo sua vida apagada. E a escuridão dos seus dias fez brotar uma flor de rancor, que não precisa de luz para florescer. E as raízes da flor tomaram conta do coração do jovem, que virou bicho que rosnava. E tudo que era tempo foi passando sem que ninguém visse ou soubesse.
Enquanto isso, a jovem que tinha brilhado para o jovem e que tinha brilhado mais, por causa do velho, empalideceu sem que ninguém soubesse, com todo mundo vendo.
O velho, depois de fazer a jovem brilhar como nunca antes, sumiu-se, levando consigo o brilho que a jovem lhe brilhava. E ninguém viu mais, ninguém soube mais. E tudo que era tempo também passou, sem que vissem ou soubessem.
O jovem com a flor de rancor enraizada no peito, nos olhos e no pensamento, foi procurando saber como fazer para vingar, com dor, a dor que sentia. E a flor de rancor, junto com o tempo que passava, foi fazendo velho, o jovem.
Mas era tanto o desejo de querer ver e saber do brilho da jovem que, de tanto pedir e chorar, depois de tanto envelhecer, o jovem, agora velho, voltou. Tudo o que era tempo que havia passado e sem que se visse ou se soubesse, de novo voltou e se fez de novo. E ao lado da jovem, que brilhava para ele, ele brilhou de novo. Brilhou por ela e para ela. E a jovem brilhou mais, ainda mais.
E então, o velho viu o jovem, e viu ele nele, e viu que ele fez ele ficar sem brilhar. E a flor de rancor brotou e se fez flor de desespero e ele, velho, se foi e foi ser o que ele, jovem se tornaria.
E ela, que brilhava tanto para ele, empalideceu.
E ele, jovem, apagou-se.
E ele, velho, ficou.
E tudo o que era tempo que havia passado e voltado, voltou a passar... de novo...
Mas... de repente... o que todo mundo não sabia, mas esperava, aconteceu.
Era uma vez um jovem. Era uma vez uma jovem. Ele brilhava por ela. Ela brilhava para ele. E quando brilhavam, o que era flor se coloria e se perfumava, o que era bicho cantava, pulava e voava; o que era de pedra dava passagem e se fazia caminho. E o que era tudo só ficava vendo.
E todo mundo via e sabia que o mundo todo era e seria bem mais feliz, toda vez que ele brilhasse por ela e ela brilhasse por ele.
Mas...
O que todo mundo não sabia de repente aconteceu e ninguém sabe porque que ela se pôs a brilhar para outro também. Era um velho que apareceu não se sabe quando nem de onde e que também brilhava para ela, o que fazia com que ela brilhasse ainda mais.
O jovem que só brilhava por ela, quando a viu brilhar para o velho, foi se apagando, se consumindo, sumindo. Todo mundo sabia que ele continuava lá, mas ninguém mais via. Até que, de tanto não vê-lo mais, acabaram por não sabê-lo mais.
Sem que ninguém o soubesse, o jovem foi vivendo sua vida apagada. E a escuridão dos seus dias fez brotar uma flor de rancor, que não precisa de luz para florescer. E as raízes da flor tomaram conta do coração do jovem, que virou bicho que rosnava. E tudo que era tempo foi passando sem que ninguém visse ou soubesse.
Enquanto isso, a jovem que tinha brilhado para o jovem e que tinha brilhado mais, por causa do velho, empalideceu sem que ninguém soubesse, com todo mundo vendo.
O velho, depois de fazer a jovem brilhar como nunca antes, sumiu-se, levando consigo o brilho que a jovem lhe brilhava. E ninguém viu mais, ninguém soube mais. E tudo que era tempo também passou, sem que vissem ou soubessem.
O jovem com a flor de rancor enraizada no peito, nos olhos e no pensamento, foi procurando saber como fazer para vingar, com dor, a dor que sentia. E a flor de rancor, junto com o tempo que passava, foi fazendo velho, o jovem.
Mas era tanto o desejo de querer ver e saber do brilho da jovem que, de tanto pedir e chorar, depois de tanto envelhecer, o jovem, agora velho, voltou. Tudo o que era tempo que havia passado e sem que se visse ou se soubesse, de novo voltou e se fez de novo. E ao lado da jovem, que brilhava para ele, ele brilhou de novo. Brilhou por ela e para ela. E a jovem brilhou mais, ainda mais.
E então, o velho viu o jovem, e viu ele nele, e viu que ele fez ele ficar sem brilhar. E a flor de rancor brotou e se fez flor de desespero e ele, velho, se foi e foi ser o que ele, jovem se tornaria.
E ela, que brilhava tanto para ele, empalideceu.
E ele, jovem, apagou-se.
E ele, velho, ficou.
E tudo o que era tempo que havia passado e voltado, voltou a passar... de novo...
Mas... de repente... o que todo mundo não sabia, mas esperava, aconteceu.